sobrecapa serigrafada no Homem do Saco |
12/11/2017
11/11/2017
05/11/2017
28/10/2017
24/10/2017
22/10/2017
21/10/2017
20/10/2017
...
“A expressão «turismo de
qualidade» significa, traduzida em miúdos, o turismo destinado a gente com
contas bancárias chorudas, de preferência estrangeiros oriundos de «países
bons». Para as restantes multidões o turismo não tem de ser «de qualidade», basta
ser uma merda qualquer.”
Júlio Henriques, “Alucinar o Estrume”, pág. 37,
Antígona, 2017, Lisboa.
17/10/2017
21 e 22 de Outubro — das 14 às 23 H (Sábado); das 14 às 20 H (domingo)
PROGRAMAÇÃO mais informação - AQUI
LISTA EXAUSTIVA DE EDITORES E IMPRESSORES CONFIRMADOS COM BANCA
DURANTE A OCORRÊNCIA (CERCA DE 40 EDITORES CONFIRMADOS):
100 Cabeças; Antígona; Atelier Guilhotina; Bárbara Lopes; Chili com carne/ MMMNNNRRRG; Clube do Inferno; Clube dos tipos/ Editora dos tipos; Cronópio; Debout sur l'Oeuf/ Do Lado Esquerdo; Dedo Mau; Douda Correria; Edições 50kg; Edições do Saguão; Edições do Tédio; Elena Sanmiguel Urbina; Fanzines e Martelos; Filipe Felizardo; Formandos curso auto-edição Oficina do Cego; Galho; Hélastre; Imprensa Canalha; Letra Livre (representando também Averno, Língua Morta e Fenda); Linha de Sombra; Livros de Bordo; Maldoror; Mia Soave; Mike Goes West; Momo; Não edições; O Corvo da Bad; O Gato Mariano; O Homem do Saco; Oficina Arara; Oficina do Cego; Orfeu Negro; Papeleiro Doido; Pé de Mosca; Quarto de Jade; Serrote; Sílvia Rodrigues; Stet; Stolen Books; Tipo PT; Triciclo; Urubu; Vintage Warehouse; Xavier Almeida; Xerefé; XYZ.
+ BANCA DE ALFARRÁBIO E SEGUNDA MÃO
15/10/2017
"TRÊS AMERICANOS
De
toda a parte.
Para
onde vão?
Para
o dinheiro."
Eça
de Queirós, “Notas
Contemporâneas”, pag.
407,
Livros do Brasil, Lisboa.
...
“Em
Portugal há só um homem – que é sempre o mesmo ou sob a forma de
dandy, ou de padre, ou de
amanuense, ou de capitão: é um homem indeciso, débil, sentimental,
bondoso, palrador, deixa-te ir,
sem mola de carácter ou de inteligência, que resista contra as
circunstâncias. É o homem que eu pinto [Os Maias]
– sob os seus costumes diversos, casaca
ou batina. É o português verdadeiro. É o português que tem feito
este Portugal que vemos… “
Eça
de Queirós,”Notas
Contemporâneas”, pp.
405-6, Livros do Brasil,
Lisboa.
08/10/2017
30/09/2017
SOBRE O TURISMO…
“
- agora que percorrer o mundo já não é, como no século XV,
empreendimento de grande confusão, alarido e dano. Com todos os
nossos mares aclarados, nenhum tenebroso, e divertidos hotéis
boiantes para os atravessar, providos de adega, de inglesas
sensíveis, - milhares de sujeitos, constituindo já uma classe,
possuindo já um rótulo, globetrotters
(trotadores do globo), trotam, assobiam, dão vivamente a volta ao
Mundo, com a facilidade, se não a filosofia, do fino De Maistre
dando a volta ao seu quarto. Mas estes sujeitos trotam, «para se
dissiparem, não para se acrescentarem», segundo a forte expressão
eclesiástica – e no seu trote contínuo através dos continentes
vão assobiando, porque não vão pensando."
SOBRE VOTAR…
“Depois,
a presença angustiosa das misérias humanas, tanto velho sem lar,
tanta criancinha sem pão, e a incapacidade ou indiferença de
monarquias e repúblicas para realizar a única obra urgente do mundo
«casa para todos, o pão para todos», lentamente me tem tornado um
vago anarquista entristecido, idealizador, humilde, inofensivo…
Anarquismo mesmo vago; tristeza, mesmo filosófica; idealização,
mesmo escondida não compõem um bom cortesão.”
Eça
de Queiroz, “Notas Contemporâneas”, pp.359-360,Livros do Brasil, Lisboa.
23/09/2017
29/08/2017
27/08/2017
...
FACTOTUM:
Há o Teatro D. Maria, que se não apresenta cem quadros dá-nos em
cada melodrama cem mortes, duzentas choradeiras e quatrocentos
reconhecimentos!
COMETA:
Belo, belo! Venha ao Teatro D. Maria! Eu sou doido por emoções
fortes! (Música)
1.º
NOTICIARISTA: Silêncio, aí o tem justamente num lance bem patético,
numa cena de reconhecimento!
DAMA
(entra em cena espavorida, com os cabelos caídos): É
possível? Meu pai?... Ele?... Ele?... E o meu coração não me
dizia nada… (Indo lançar-se-lhe nos braços) Ah!... Meu P a
a a a a i!
PAI
(correndo da direita com os braços abertos): Minha F i i i i
lha!
AVÓ
(idem da direita): Minha neta!
NETA
(idem da esquerda): Minha Avó!
DAMA
(idem da direita): Meu esposo!
ESPOSO
(idem da esquerda): Minha Esposa!
(Saindo
ao mesmo tempo de diversas partes, caindo todos nos braços uns dos
outros e soluçando sobre o ponto, este abre um guarda-chuva)
TODOS
(dando muitas palmas): Bravo! Bravo! Bravo!
COMETA
(limpando os olhos): É bonito, mas sensibiliza de mais!
PAI:
É tarde meus queridos filhos! Agora que afinal sou venturoso não
quer a desventura que eu sobreviva à minha ventura! (Cambaleia)
TODOS:
Bravo! Bravo!
COMETA
(ao mesmo tempo): Bravo! Que pureza de linguagem!
PAI:
Sinto-me desfalecer… um veneno fatal percorre as minhas veias…
Adeus, eu morro!
TODOS:
Envenenado?! Ah!
PAI
(ansiando): Sim, meus filhos, mas vou morrer lá p’ra dentro
para não entulhar a cena! (Sai aos pulinhos)
TODOS:
(os de D. Maria II): Oh! Não, não; não lhe devemos
sobreviver!
(Tiram
frascos d’água-de-colónia e garrafinhas caricatas, que põem à
boca, bebem e vão para dentro tragicamente, figurando que se
envenenaram.)
26/08/2017
21/08/2017
...
“Não
há poema sem acidente, não há poema que não se abra como uma
ferida, mas também não o há que não fira”
Jacques
Derrida, “Che cós'è la poesia? Angelus Novus, Coimbra, 2003.
19/08/2017
17/08/2017
Biopolítica...
"(...) o escritor, há cem anos, dirigia-se particularmente a uma pessoa de saber e de gosto, amiga da eloquência e da tragédia, que ocupava os seus ócios luxuosos a ler, e que se chamava «o Leitor»: e hoje dirige-se esparsamente a uma multidão azafamada e tosca que se chama «o público».
(...) a ideia de leitura, hoje, lembra apenas uma turba folheando páginas à pressa, no rumor de uma praça."
(...) a ideia de leitura, hoje, lembra apenas uma turba folheando páginas à pressa, no rumor de uma praça."
Eça de Queiroz, “Notas Contemporâneas”, pág. 96, ed. Livros do Brasil, Lisboa.
"Quem lê hoje Homero? Quem lê Dante? Qual de vós, qual de nós leu a «Odisseia» e «Os Sete diante de Tebas», e Sófocles, e Tácito. e o «Purgatório», e os dramas históricos de Shakespeare, e até Voltaire, e até Camões? Decerto têm-se opiniões sobre o «nosso estilo de Tácitos», e a «ironia de Aristofánes»; mas essas sentenças transmitem-se, já feitas, para uso da eloquência, um pouco apagadas e cheias de verdete, como os patacos que vão de mão em mão."
Eça de Queiroz, “Notas Contemporâneas”, pág. 93, ed. Livros do Brasil, Lisboa.
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