Esta porta não existe no mundo
Mas na memória de alguém.
Os que querem entrar
São travados
Pelos que vão a sair.
Dez anos podem não deixar marca
Um olhar pode apontar a eternidade.
Não há «Perdão!»
Que soe mais melancolicamente.
A porta ali está ainda
Só virando a cabeça e revendo o passado
Se distingue claramente
Que é uma porta
Que leva à Divina Comédia.
Existe num vazio.
Podia estar num lado qualquer.
Zheng Min, in: "Chinese Literature", Winter 1994 op. cit. de
Alberto Pimenta in: “A magia que tira os pecados do mundo”, Cotovia, 1995.