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13/11/2012

Do Erro Próprio...


(…)
Preparai os ouvidos e também os olhos e o espírito se quereis ter valor para saber coisas que excedem tudo o que a nossa civilização tem criado de mais extraordinário.
Proponho ainda como acto dos mais revolucionários todas as perguntas ingénuas como: «O que é a Aurora Boreal?» (pergunta de Georg-Christophe Lichtenberg a um anjo); como assim as perguntas de angústia: «O que vem a ser a minha existência?» (pergunta de Karl Philips Moritz a ele mesmo em estado de «labirinto»); como também a pergunta de ansiedade: «Onde está o meu Amor?» ou «Por que não me mato?» (perguntas que como se sabe resolvem uma à outra); e, ao mesmo tempo, um alerta contínuo contra os nossos desejos e vontade. Todas as pessoas de quem tu não gostas querem-te mal! Ou seja: querem o que tu não queres! Cada uma das nossas atitudes é uma resposta aos problemas da nossas própria vida e um Anzol lançado ao Destino – toma cuidado, pois, com o emaranhado invisível que te cerca e te dirige!
Terminada esta pequena comunicação resta-me pôr o problema no seu início.

Minhas Senhoras e meus Senhores:


António Maria Lisboa in 'Erro Próprio'