Mostrar mensagens com a etiqueta Fialho d'Almeida. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fialho d'Almeida. Mostrar todas as mensagens

06/08/2020

...




Troia e as areias brancas, invasoras, palhetadas de mica, avançando a estrangular o corredor d’entrada dos navios, e para além de Troia o mar intermino, com gargalha d’espuma em pelotões sobre os brancos d’areia afogados na agua viva, o mar risonho, o mar supremo, com seus mosqueios de chispas causticas, listras claras zebrando-lhe o azul ventre de carpa, e aquelles fundos d’azul pallido, que ao achegarem-se á rocha vem cambiando até ao verde ultramarino. Abaixo de cada ravina ou convulsão violenta das barreiras, um portinho doce, alcatifado de branco, cheio de conchas e algas, onde romanescos saveiros se balançam: – e um tal silencio, um socego, que as mesmas gaivotas caminham com o acento circumflexo das azas, á procura d’uma exclamação mais alta, p’ra velarem…”
Fialho d’Almeida, “Os Gatos – Vol. V”, pp. 12-13, 4.ª ed., Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, Lisboa, 1921.


26/12/2019

...




26 de Dezembro de 1891.
Leitor, bôas-festas! Abre-me um riso. Repara que te não vou pedir coisa nenhuma. De me aturares, fui-me deixando acometter d’uma certa benevolencia a teu respeito, e essa benevolencia é o maximo d’estima que por ti póde sentir um coração costumado sómente a desprezar. Sei que és hereditario cultor das virtudes simples de familia, e homem de ramerrão, professas a ternura religiosa das grandes datas do kalendario. As tuas robustíssimas espadoas não podiam ser soménte mólhes do porto d’ar onde o teu globulo rubro se renova, mas por força tambem os sustentaculos d’um mundo moral que te ajuda a luctar contra o destino, e que apezar de te fazer ás vezes ridiculo, nem por isso te apeia d’uma superioridade ideal que eu provavelmente nunca attingirei. Razão porque ha no meu desdém por ti, uma ponta de ciume, e porque a sarcastica mysantropia que me fechou a porta dos gozos simples que aligeiram a vida, em vez de me talhar em Jupiter, o que fez foi cavar-me de roda do espirito um fosso, que me sequestra de tudo, e nem ao menos me estanca a saudade do que me acostumei a desdenhar. Este desterro péza-me, confesso, porque eu sou essencialmente um animal de ninharia e convivência, nascido para ter côrte, para se rolar no luxo, e para acceitar sem surpreza que toda a gente faça excepções em meu favor.
Pódes imaginar portanto o que teria sido, n’esta immensa cidade de quatrocentos mil habitantes, e seis milhões d’egoismos, a minha vespera e dia de Natal, sósinho entre a alegria insultante de todos, repellido dos fócos d’amor patriarchal como um sem-familia perturbador das alegrias consanguineas, vendo as mais modestas casas de jantar illuminarem-se, as mais desataviadas salas abrirem-se, amigos e parentes felicitando-se, abraçando-se, sem antagonismos visiveis, esquecidos do struggle, e apaziguados todos pela banalidade jovial da vida intima – a vida modelada sobre os antigos textos da tradicção, com a igreja d’um lado, o escrivão de fazenda do outro, o policia de guarda, e o Diario de Noticias como encyclopedia e breviário.
Ah como eu tive inveja do saloio que parou o burro á porta d’uma mercearia da Bitesga, para comprar a duas duzias de brôas da consoada; do pobre engraixador da esquina, indo á praça com a mulher, de fato rico, apreçar um quarto de peru; da varina entrando na salchicharia, radiante, a comprar salchichas, ao fim de ter deposto a canastra á porta, rude presépe onde o filho loiro chuchava o dedo, com o ventre de sapo para o ar! Todas essas indoles de povo, roídas de penuria , vergadas de trabalho, primitivas, mas fecundas e convergentes, por uma fatalidade ancestral, á reedição das alegrias periodicas do anno, se me afiguraram infinitamente superiores á minha friavel indole de janota sceptico, demolindo no ar sem plano certo, negando pelo simples prazer do paradoxo, incapaz d’estabilidade n’um problema, constantemente á procura de novo, e em topo de colina voltando-se, desesperado de só ter achado gosto – ao que era velho. Oh meu pobre coração amortalhado de tristeza! diz como te dóe o isolamento a que uma intelligencia esteril te votou. Conta, não tenhas medo, conta que choraste lagrimas de remorso, quando da janella do teu albergue viste os tres pequenos do visinho preparando ao seu papá uma emboscada; e o pobre homem entrando, carregado d’embrulhos, e elles de se lhe atirarem p’ra cima, como feras, sedentos de curiosidade e de meiguices, quando já da pobre cosinha da casa o olor de cabidella os chamava para dentro, e os parentes pobres, convivas d’esse dia, as velhas em chita, os velhos em belbutina e saragoça, vinham dar ao seu parente rico, as bôas festas. Vê como sob o manejo d’uma mulher trabalhadeira, os trinta mil reis mensaes d’esse pobre empregado fazem milagres de riqueza, luzindo na cosinha alegre, na bata da mulher, nos bibes das creanças, e no desafogo honesto de todos esses focinhos felizes, que marcham para o futuro despreoccupados da morte, e acceitando a vida apenas pelo que ella é, o usofructo d’uma agregação temporaria de moleculas. Compara a virilidade hygienica d’essa vida de ninho, feita de trabalho, de methodo, de defensão reciproca e de coragem, com o dessasocego da tua vagabundagem deleteria «d’espririto superior», gestando universos sobre leituras de livros mal escriptos, e dyspepsias sobre menús chinfrins de restaurants, e diz-me depois se a crise de solidão moral que te alanceia, não é condigno premio da «vida ironica» que te quizeste dar, toiro com azas, n’uma epocha em que os toiros só podem ser superiores pelos chavelhos!
…… dia de Natal, eu que eu conheço toda a gente, não tive ninguém que me dissesse «anda jantar». Vinguei-me sahindo de casa, e engajando os primeiros va-nu-pieds eventuaes. Dois pobres do asylo, os uniformes sem nodoas, pouco bêbedos. Marchamos para o Augusto, e na sala commum, a uma de cujas mezas nos sentamos, houve reboliço por banda das meretrizes e irregulares que mais alegres do que eu, alli tinham ido fazer o seu jantar de festa, em partie fine. Não descrevo a comida, registando apenas o trabalho gasto em despersuadir os meus dois commensaes de não metterem no bolso os restos de cada prato do festim.
Á sobremesa, um d’elles, bebedo, como eu o fitava com uma piedade christã de filho prodigo confiou-me que estivera quatro annos n’Africa, por um roubo, e o conselheiro X. o mettera no asylo, havia sete mezes. O outro era um velhinho abahúlado, olhos de doido irónico, que fugiam, fallando pouco; mas todo o jantar suspeitei de scellerado, tanto os seus monosyllabos humildes, e os seus contínuos escrupulos de consciencia, lhe davam o ar d’um homem de bem. A despedida, o mais velho chamou-me conde, e o mais novo, doutor, sem acertarem, e lá foram cambaleando, a rogar pragas a quem lhes fizera o serviço de lhes metter no craneo a apoplexia. Pobres malandros! Deixai o meu egoismo abusar da vossa fome. Sem vós, eu não poderia dizer, como toda a gente: «Jantei hoje o natal com dois amigos velhos»."
Fialho d’Almeida, “Os Gatos – Vol. V”, pp. 33-37, 4.ª ed., Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, Lisboa, 1921.

04/09/2019

...

cliché de uma gravura de Guilherme d' Azevedo por Rafael Bordallo Pinheiro
Veio do estrangeiro e foi posto á venda um vistoso sortimento de lenços baratos, contendo no centro d’uma corôa d’algodão a effigie do snr. presidente do conselho (Fontes) enramada de louros. Como era d’esperar, esta consagração politica tem dado logar aos comentarios mais ruidosos dos narizes que hoje se degladiam na politica militante. E caso estranho! a ira e o regosijo dos adversarios teem-se manifestado por uma fórma completamente identica, derramando os narizes conservadores sobre o dito lenço todo o seu affecto e todo o seu rapé, e os narizes avançados toda a sua colera e todo o seu defluxo. Como é triste o destino do homem d’Estado em Portugal, e como são mesquinhas e tantas vezes cómicas as consagrações que os contemporaneos lhe reservam! Depois das mais terriveis luctas, dos mais arduos combates, só consegue ir para a gloria, indo ao mesmo tempo para a lavadeira”
Guilherme d’ Azevedo in «Occidente»
Guilherme d’ Azevedo op. cit in Fialho d’Almeida, “Os Gatos – Vol. V”, pp. 191-192, 4.ª ed., Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, Lisboa, 1921.

30/08/2019

...

Que verdadeiramente, é S. M. a rainha a pessoa a quem mais se tem que agradecer a divulgação d’esta mania, que o professor Casanova só depois foi chamado a classificar, com o respectivo receituario d’atelier. S. M. aconteceu-lhe ter uma vez o dedo sujo de; mandou buscar cartão gris-perle, e passando o dedo, com um movimento ondulado, sobre a folha, produziu assim uma coisa que o secretario declarou ser a mais admiravel vista do Castello dos Mouros, que era de vêr. Chamados peritos, confirmaram-se as previsões do secretario, sendo coagida a princeza a expor no Gremio Artistico a famosa dedada paysagista. D’ahi por deante, tudo quanto S. M. tem produzido em nodoas, acha o mestrado digno de molduras, e ahi está como, por imital-a, toda a bôa roda desandou a revelar-se artistica, vestindo os trintanarios de cavalleiros de Luiz XIII, as titis d’incroyables e de soubrettes, os guardas-portões barbados, de Vascos da Gama, e esfuriando-se a retratal-os a todos, pelo processo do dedo sujo, sobre cartão previamente humedecido.”
Fialho d’Almeida, “Os Gatos – Vol. V”, pp. 164-165, 4.ª ed., Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, Lisboa, 1921.

06/08/2019

...

 
Afinal, isto do líquido à Zygmunt Bauman, ou da velocidade à Paul Virilio, sem falar desses homeopáticos dos sintomas: os revistaleiros do Zizek e do Chul-Han que estão tão em voga e eles próprios autores sintoma na sua produção de rali papers – os Rolands Barthês desta época, ou a isso se propondo, mas com desigual talento! Afinal, dizia eu, isto até já o era assim no tempo do Fialho d’Almeida. A propósito da tentativa de suicídio de Guy Maupassant.
Guy de Maupassant (1850-1893)

Tal foi a vida de Maupassant durante os dois anos fechados por elle ha oito dias com uma tentativa de suicídio, e tal deve estar sendo a esta hora no mundo a vida de setecentos ou oitocentos infelizes, sacrificados pelas impaciencias do publico a minusculisarem o talento e o genio em obrinhas litterarias de comprazer e ganha pão. A «actualidade» em litteratura está-se tornando para os escriptores um potro abominavel, que é impossivel soffrer por mais d’um certo tempo.
A voracidade artistica do publico vae-se complicando d’exigencias de lambarice: querem-se mets sempre variados, seja o que fôr, mas bem picante, estrambolico, archi-maluco.
As obras d’arte serenas, os livros cristallinamente escriptos para longas leituras da vida repousada, esses perderam a popularidade e foram-se ao olvido. As Illusions Perdues, a Grandeur et décadence de Cezar Birotteau, a Bovary, o Tarass Boulba, o David Copperfield, e as Memorias de Barry Lindon, são para os leitores contemporaneos, pavorosos pezadellos fastidiosamente longos, e de que só se vão compulsar as bellezas aos boletins bibliographicos das revistas.
Não ha tempo para attender deducções longamente architectadas, para seguir reconstituições de typos á Balzac, machinas psychologicas coleante, e para ingurgitar o devaneio com as quinze ou trinta paginas da paisagem zolaista. Hoje capta-se a aura condensando tudo em paragraphos curtos, dizendo tudo em linguagem inaudita, louco-lucida, e incisiva, e perturbante entrando na carne em epilepsias de som, d’emotividade mordente, de vertiginosidade paradoxal e machiavelica. Uma linha de prosa moderna deve conter o sumo de cincoenta ou sessenta paginas antigas: cada imagem deve ser um mundo, e cada notula d’observação uma psychologia humana fumegante. Escriptor que não dê no papel esta transmissibilidade d’acção vertiginosa, que não esteja disposto a dar pedaços da vida em cada volume de 3 fr. e 50, contenha elle embora na omnipotente phantasia um cosmos prodigioso, seja um revelador sinistro como Dostoievsky ou Shakespeare, ninguem o escutará se fôr moroso, e se possuir no modo de visionar o assumpto, essa especie de delirio agitante dos génios alcoolicos, tão bem iniciado para a arte em certas allucinações de Poe, Henri Heine, e Villiers de l’Isle-Adam.
Ao mesmo tempo a tensão cerebral imposta aos homens de lettras por esta litteratura exigentissima, nem dá, masculinidade ás creações, nem tao pouco assenta o publico n’uma permanencia d’escola duradora. Com o ser physiologicamente uma expressão vital da epoca , ella ingurgita-se de todas as desfallencias e saburras contemporaneas: tem o sentimento de mau estar, que é o mal de viver, com zagunchadas dolorosas que a levam ao pessimismo directamente: tem a acuidade analytica, sem saude moral, caracteristica das agrupações que soffrem da vontade, resultado da convicção da anomalia inferior e do destino falho: tem a vaidade suprema, que exagera tudo, e faz de mil auto-biographias ridiculas, constantemente assumptos de epopeia: tem o egoismo mesquinho, o predominio dos impulsos grosseiros e dos exasperos animaes d’extrema crapula, tem o estylo agitado, a imagem funebre, o delirio das grandezas no modo d’espargir a côr e instrumentar a phrase pictural – e a insociabilidade, a colera impulsiva, a obsessão da palavra technica e preciosa – finalmente, todos os caracteristicos d’uma sociedade liquidante, e d’uma litteratura escripta por doidos, devassos tabeticos, e facinoras das galés.
Ora como os escriptores não podem deixar de ser a quintessencia dos détraquements doentios da sociedade extravagante em que nasceram, resulta que a obra d’elles reflectirá em amplificado as differentes modalidades de desequilíbrio que fixei, e essa amplificação descambará ainda na deformidade, se aos desarranjos que poderemos chamar profissionaes, accrescentarmos os resultantes da necessidade de dinheiro, que os força a produzir certo por hora, a produzir á bruta, e a manter o seu rang á custa d’uma originalidade buscada a poder d’excitações. D’exagero em exagero, assim a moderna litteratura foi debochando os paladares, desviando o ideal do seu límpido vôo para as regiões classicas do bello, desorientando as sensações, forçando a nota das catastrophes, explorando o caso raro, arvorando em assumpto d’arte a anomalia; e falseando parallelamente a isto o destino educador e sanitariamente intellectual do seu papel, cedendo o passo aos caprichos da turba, e acceitando por fome a imposição dos gostos grosseiros, e dos instinctos desregrados da canalha! A ponto, que chegamos ao seguinte: a litteratura apeada do pontificado mental das sociedades, industrialisada a beau marche, e os seus cultores reduzidos a escripturarios serventes do publico, que lhes dita revoluções literárias ao semestre, por um figurino grotesco, paralelo ao dos chapelleiros e alfaiates. Finda a estação, a moda acaba, e sucede-lhe outra attinente às inconstancias do clima, às alturas do sol, e variabilidades da pressão. N’este corropio os homens de lettras, passados a simples entretenedores d’ociosidades doentias, a fabricantes de blagues para matar o tédio, os homens de lettras vão rebentando como esse Maupassant, em meia duzia d’annos de galope atraz do favor de gentes futeis e maniacas. Alguns cheios de talento, alguns febris de genio, mas sem tempo material para produzir obras pujantes, atolam-se como malditos na banalidade da producção a vapor, da producção expontanea sem ranhuras, furiosa, accidental, escripta entre lettras protestadas, para fazer com trezentos e sessenta artigos por anno, as setecentas libras necessarias ao prégo e á vida facticia dos restaurants e dos cafés!”
Fialho d’Almeida, “Os Gatos – Vol. V”, pp. 96-100, 4.ª ed., Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, Lisboa, 1921.

11/01/2017

...

Fialho D'Almeida por Columbano Bordalo Pinheiro


(...) Vencidos os cursos scientificos, em vez de seguir, como os meus condiscipulos, nas facilidades profissionaes que elles fomentam cometti a tolice de me lançar na vida literaria, de querer viver por uma penna donde continuamente espirravam revoltas, e que fatalmente havia de me agravar as dificuldades do caminho. Tendo escrito desde então, cerca de mil e trezentas paginas por anno, o que reprezenta uma actividade rara num paiz onde a bagagem literaria é um livro de versinhos e meia duzia d'artigos laudatorios, apenas consegui na opinião de muitos dos meus contemporaneos «arranjados», a reputação dum desequilibrado indolente, que arma á sensação por via do galicismo, e dum prosador colerico, prohibido do sucesso pelo mau séstro de não poder ser lido por senhoras.
(…)
Tornando ás letras, os meus proprios amigos repararam no caracter fragmentario dos meus escritos, e os mais ferozes me accusam d'intrometter fézes humanas nas tintas duma paleta onde só deveriam esmair suavemente as côres do espectro. O primeiro ponto é bem notado, eu mesmo me entristeço de até á hora presente não ter senão uma efemera bagagem de historietas d'espuma e artigos «mais ou menos verrineiros». Pouco importa que essa obra faça o melhor de cinco ou seis mil paginas, e represente a fadiga de mais de quinze annos de nervos excitados. O publico entre nós não divinisa senão fabricantes de grandes calhamaços (criterio natural num paíz onde a leitura é toda de lombadas), e mesmo que eu fizesse naquelles pobres bocados, maravilhas, passaria sempre por um chronista aguado das futilidades mansas do meu tempo.
(…)
A cada instante abordam-me os ingenuos – mas porque não escreve você um livro inteiro? Um grande romance, um quadro critico?...
Imaginam que esses trabalhos se abordam com a inconsequencia e a rapidez de vinte ou trinta paginas; mal comprehendem que sejam precisos longos mezes d'estudo, annos de concentração, paciencias benedictinas de factura, e durante todo esse tempo quem é que garante aos desprovido escritor, o passadio, e depois da obra feita, quanto dá por ella o editor, ou mesmo quem é que a edita, não havendo em Portugal senão trezentas pessoas capazes de pagar até seis tostões por exemplar?
(…)
Na literatura, princezas, não ha nem pode haver palavras sujas. O que ha é assumptos sujos, assumptos pulhas, deleterios assumptos, que os escritores não inventam, e fazem parte do dia a dia da cidade, assumptos enfim de que a linguagem escrita é apenas o impreterivel signal graphico."

Fialho D'Almeida, “Á Esquina – jornal d'um vagabundopp. XVI, XVIII, XXV, Livraria Clássica Editora, 1921, LX

23/09/2016

Dourador...

Os volumes de "Os Gatos" terminado. Os dizeres e dourados na lombada foram feitos pelo mestre José Vieira.


21/09/2016

14/09/2016

Dourador...

No balancé "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)

Marcaçäo a seco antes de embutir pele (RAR)


























12/09/2016

Dourador...

Embutir pele na lombada de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)

Colocar o fixador (RAR)

Aparar a pele em excesso após uma primeira gravaçäo (RAR)

Aparar a pele em excesso após uma primeira gravaçäo (RAR)



Gravaçäo Final (RAR)

Lombadas dos três primeiros volumes de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)


Colocaçäo da gravura para os três últimos volumes da colecçäo de "Os Gatos" de Fialho d' Almeida (RAR)




Embutir pele na lombada de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)

Embutir pele na lombada de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)

Aparar a pele em excesso após uma primeira gravaçäo (RAR)

Aparar a pele em excesso após uma primeira gravaçäo (RAR)

Limpar algum excesso de cola (RAR)

Gravaçäo final (RAR)




Primeira gravaçäo antes de embutir a pele recortada (RAR)

Embutir pele na lombada de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)



Gravaçäo final (RAR)







Lombadas dos três últimos volumes de "Os Gatos" de Fialho d'Almeida (RAR)