"A CIGANA NA CARVOARIA
...a venda do carvão fazia-se por pesos: pesos de metal (pedra), outro carvão e dor. Toda a loja negra era sempre mais fria que o exterior. Até na neve, até na noite a loja arrefecia os de dentro. Mais fria: empedrado de um chão negro de pós soltos, e a poeira na sala mesmo cheia. Preta. Iluminada (dia ou noite). Preta. Mesmo. Armários poucos. Ou um só. E nesse armário a tentação de um género novo, o das lixívias, dos detergentes, do sal e porventura da farinha. Brancuras.
O importante era haver branco. Nem todo o negro, nem todo ele de carvão, nem tudo nunca. O branco lavaria mesmo que a si mesmo na esterilidade de ninguém jamais vir a comprâ-lo. Branco imortal, mesmo. Pós do branco.
Nos limiares passava uma cigana (1). De freguesoa. Ir e comprar, saber os preços, pagar por tudo. Com ela a brancura do olhar aberto. Levava. Ninguém o notaria sem invejas, reacções várias. O múltiplo acidente da inveja desse olhar branco ardente da cigana. Ou do seu avental. Elegância. Ou do seu corpo versado. Elegância (2). Ou de mais. Do possível gerador da cigana, ao sol que houvesse.
Ora um dia a cigana excitou-os demais. O bastante para todos se porem a cortar nela, quando saiu compras feitas. Ela, 5 quilos de carvão bem pesado. Mais os atrasados de uma dívida, que de todo furtava à memória da carvoeira. E a patroa: que a casa dela é negra (e a patroa era apenas carvoeira, já se sabe...) que a porcaria assim, que a pestilência assado.
Só faltava e responderam, à inveja extante:
- Pois no que dizeis sobeja inveja, e falta o que na casa da cigana mais há, para não falar da Alma. A alegria (3)."
Álvaro Lapa, "Arco-íris - Cadernos de Ideias Literárias V", pp. 43-44, Outubro de 1978.
(1) 'L. De Vasconcellos diz com referência às mulheres ciganas que viu no Cadaval em 1887 e às que viu na feira de S. João em Évora em 1888 que são feíssimas. As que eu tenho visto eram feias, mas a imundície e os farrapos que as cobriam contribuíam sem dúvida para augmentar essa impressão. Mas outros observadores, entre os quaes algumas damas, dizem-me terem visto algumas (nas Caldas da Rainha, no Algarve, etc.) bonitas, uma ou outra até digna de ser bella. A belleza da cigana é porém de curta duração: pouco depois dos vinte annos desaparece-lhe o viço da mocidade. D'ahi em parte a causa da má impressão dos observadores, como L. de Vasconcellos'. (F. Adolpho Coelho, "Os ciganos de Portugal", ed. Imprensa Nacional, 1892; pág. 184).
(2) "Alguns dão saltos e pulos prodigiosos. Um correspondente de Barbacena conta que um, chamado Joaquim Canhoto, com dois pulos fez cair de um telhado uma navalha que lá tinham posto". (F. A. Coelho, ibid. pág. 185).
(3) "Fazem crer que um animal velho e cansado é vivo e bravo, pondo-lhes em cima a palma da mão, em que escondem uma agulha, com que o picam, para que pinoteie". (F. A. Coelho, ibid. pág. 204).
"Segundo uma informação, em tempo um cigano foi a Villa-Viçosa fallar ao paracho para lhe enterrar o pae, e como o padre lhe pedisse 2$400 réis, aquele cigano disse-lhe que vivo não valia o pae esse dinheiro, que não dava mais de 500 réis; e como o padre não se quiz satisfazer com tal offerta, o cigano marchou de noite com os seus, abandonando o cadáver insepulto na casa onde estavam". (F. A. Coelho, ibid. pág. 223).
Mostrar mensagens com a etiqueta Álvaro Lapa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Álvaro Lapa. Mostrar todas as mensagens
29/01/2020
27/10/2014
...
ÁLVARO
LAPA
E.
J. M. – A afirmação de «autenticidade» a propósito da sua
pintura parece-me extremamente débil, isto é, nada acrescenta à
sua obra…
A. L. – É débil pelo lado do objecto referido. Qualquer afirmação em relação à minha pintura merecia uma atribuição diferente. A falha de objecto é uma questão de método, o que lhe parece a si inconveniente.
A
«autenticidade» é um rótulo que não descodifica, é um termo que
vai inaugurar uma série de tipo adjectivo. Tem um valor usual, é
moda num determinado círculo e pressupõe que a questão da
«autenticidade» se põe – e não necessariamente em relação à
minha pintura, não sou eu que a provoco –, mas põe-se de uma
maneira ambiente e põe-se, antes de mais, pela suspeita de «não
autenticidade» de uns quantos.
Pode
dizer-se – e concordo – que seja uma questão que não me
pertence, ou pertence no mínimo. O que pertence à pintura da minha
autoria, penso que não é talvez suscitada por esses objectivos, mas
é levantada e aplicada a propósito desses objectivos. Portanto,
pode ser um enredo a que eu não pertenço, ou os objectos não
pertencem necessariamente. É uma categoria fortuita necessária para
desvendar um enredo onde eu não estou. Mas isso funciona a respeito
de categorias históricas mal aplicadas – e isso é um risco
permanente da crítica de arte, na medida em que é exercida sob a
forma de termos adjectivos, de termos classificatórios: o que se
pode pensar (ou admitir) é uma alternativa para esse método
adjectivo. Essa alternativa supõe uma sensibilidade, uma
profissionalização e um esforço de aplicação que não são os da
crítica corrente. Todos os artistas, no fundo, se julgariam credores
de uma análise minúcia, poderíamos dizer, existencial.
A
crítica funcionaria, então, como um horizonte de inteligibilidade,
um horizonte de aproximação. Mas uma crítica dessas não tem o
aspecto afirmativo; tem, pelo contrário, o aspecto negativo,
probabilístico: o aspecto comparativo, mas não hierarquizante, no
sentido, em última análise, da viagem no tempo.
E. J. M. – Mas como é que se pode passar de uma linguagem
visual para uma linguagem verbal?
A. L. – Pode fazer-se isso colaborativamente, através de
descrição de uma operação em termos de outra operação. Esta
passagem pode efectuar-se através de um risco, não apenas de um
condicionamento, mas de um risco, de uma ficção, de uma fábula.
E. J. M. – Mas isso tem sobretudo a ver com a suspeita…
A. L. – …e pode ser-se bem consequente nisso. É uma
questão de mistificação pública mais ou menos completa.
Em relação ao visível ele mesmo – supondo que se pode isolar
este termo, e pode-se na prática através do recolhimento – se eu
estiver só a ver, se V. estiver só a ver, estamos só a ver. Mas em
relação a isso qualquer outra tentativa de substituição da esfera
prática é um abuso, mas o sistema desses abusos é a nossa cultura
corrente, se extrapolamos constantemente dados de experiência.
Uma experiência não se reduz a palavras, a não ser uma experiência
verbal directa, porque nem uma experiência verbal se transmite
noutras palavras.
E. J. M. – Qual a importância do momento da criação?
A. L. – O momento da criação é importante num sentido
alargado, ou seja, o «fazer»: no aspecto técnico executivo e não
no aspecto técnico normativo. De resto, as obras de arte são apenas
isso: superfície de execução.
E. J. M. – O perigo do Kitsch parece-me estar ausente
da sua obra.
A. L. – Não creio que deixe de haver o perigo de um Kitsch
disforme: não formalizado segundo o Kitsch vulgar. O Kitsch
disforme é um empolgamento que pressupõe um valor de arte, neste
caso sendo disforme através de valores – como feio, não feio…
Essa rede é sempre estreita. A ameaça de Kitsch, uma vez
admitida, não me parece poder facilmente resolver-se em favor de
alguém; ou seja, uma interpretação assim de uma obra pode resultar
de um valor de antítese.
E. J. M. – …mas a afectação anti-Kitsch, também
não existe…
A. L. – Talvez seja o mérito do meu falhanço.
Admitidas certas premissas da existência dominante do Kitsch,
não vejo como se possa acreditar que uma obra não o contenha e
consiga comunicar.
O Kitsch é uma concessão, uma permissão, que só através
de uma retórica do heróico é que podíamos encontrar a promessa de
outra coisa.
Mas eu não me convém admitir essas premissas porque são exteriores
ao fazer.
E. J. M. – A comunicação é portanto um problema que se
lhe põe?...
A. L. – O problema da comunicação põe-se-me ansiosamente
como medo de não comunicar.
E. J. M. – Quais são, para si, as obras com um elevado grau
de comunicação?
A. L. – Uma resposta desse tipo vai muito, para mim, no
sentido sentimental, do humano. Isto corresponde a uma ideologia. E
não corresponde talvez mais do que a isso: de que a vocação
expressiva se possa e deva tentar sob essa promessa de encontrar
finalmente um público ideal; se possa orientar no sentido da
satisfação de situações limite, situações extremas que a
motivam e onde por isso a garantia de mentira se torna mínima e a
garantia de com isso tocar alguém se torna máxima.
Isto corresponde talvez, a uma estratégia, a um filão considerável
da história da arte. Estou a pensar no minimalismo, não no sentido
da história da arte, mas por aí justificado.
E. J. M. – O que representa para si o espectador ideal? Ou
então: como deveria eu olhar um quadro seu?
A. L. – A sua maneira de olhar um quadro meu não é, ou não
deveria ser, diferente de mim próprio em estado de espectador.
A crença no espectador ideal, como co-autor, nessas condições, é
um mito do autor.
«O que se pretende pintar não são objectos – derivados do
sentido comum – mas o efeito que eles produzem, sobre um público
ideal, isto é, inexistente». (Catálogo exposição Março 1985).
Penso que isto é um devaneio ontológico.
E. J. M. – Em todo o caso, é no Kitsch que
encontramos a promessa de co-autoria…
A. L. – Essa aflição da co-autoria é um pecado da arte.
Só pela arte se pode resolver essa situação, ou seja, pela forma
renovada e cada vez mais através da crítica, auto-crítica, como
parte do idioma artístico.
E. J. M. – Mas admite a possibilidade de chegar à verdade
da obra…
A. L. – O espectador ideal não é nenhum santo, é uma
função. A sua função é corresponder à obra num sentido muito
próximo, senão idêntico ao do autor. E isso passa-se com certeza
sempre que o autor se motiva nas suas próprias obras, e noutras
obras, em relação à comunicação, entre os vários eus sucessivos
de uma mesma obra do mesmo autor. Ele está em relação aos objectos
de outrem, e até aos seus próprios objectos, numa relação de
descontinuidade em que ele refaz, ou crê que refaz, muito
constantemente, esse percurso desde a origem, à razão da obra.
O espectador ideal não terá que fazer senão isso; não poderá
fazer senão isso.
E. J. M. – …aspirar à razão da obra…
A. L. – Nessa medida, o espectador ideal não se distingue
dum crítico se fizer crítica, nem se distingue do autor se fizer
arte.
A razão da obra é um limite. Um limite nunca atingido, visto que é
um limite.
Mas é desse desafio, dessa dinâmica, que uma história de arte se
faz.
E. J. M. – Como relaciona a razão com a verdade da obra?
A. L. – Talvez o próprio uso, a implicação, do termo
razão assinale um domínio que não é o da verdade. Mas eu usava,
admitia, o termo razão no sentido em que era determinado pela
verdade.
A experiência que se faz directamente em arte é a da verdade, não
a da razão. A experiência da razão é instrumental que era o
terreno onde nos estávamos a colocar, que era o de uma
instrumentalidade – da crítica, do falar…
E. J. M. – Qual é, em arte, o papel do acaso?
A. L. – O acaso é a verdade. Mesmo que seja admitido como
uma estratégia é extremo. É uma vivência extrema, suponho que é
indistinguível da verdade.
E. J. M. – Funciona do mesmo modo na literatura, o acaso?
A. L. – O dispositivo literário tem graus de especialização
em que o acaso funciona plenamente. Funciona pelo lado do objecto e
pelo lado do receptor. O exemplo mais consabido dessa tendência é a
obra final de James Joyce; onde o acaso é incorporado, ou fingido,
num nível respectivamente pleno.
E. J. M. – Um exemplo raríssimo, em todo o caso…
A. L. – São os exemplos que determinam possivelmente, a
evolução das formas no sentido menos atávico.
O que se pode querer atingir senão a verdade nua e crua. A verdade
nua e crua pelo lado do dispositivo é uma exigência. Então é
demonstrável pelas obras mais exigentes…
E. J. M. – Mas pintar e escrever não correspondem a
situações diferentes?...
A. L. – …duas situações diferentes de maleita….
E. J. M. – Ou disponibilidades diferentes?...
A. L. – Suponho que há antes de mais um condicionamento
material.
A literatura pede-me – pode ser por defeito meu – um tipo de
vida, um auto-condicionamento, e a pintura pede-me outro.
Quando é que se declara, pergunta você, a respectiva vontade, a
respectiva vocação. Suponho que tem a ver sobretudo com condições
ambientes. Ou seja, é antes de mais, uma disponibilidade material.
De qualquer modo a diferença é tão pequena entre uma e outra
indisponibilidade material que parece uma questão especiosa…
…são fases. Não sei se o termo é esclarecedor, mas são fases.
E. J. M. – …que correspondem a…
A. L. – Correspondem a resultados. Só retrospectivamente é
que eu verifico que um determinado ano, ou período, foi ocupado em
escrever e outro em pintar.
Também funciona de outra forma, pela razão do reconhecimento. Pela
razão de ser mais reconhecido socialmente como pintor, do que como
escritor, acontece que as solicitações e as encomendas (não é
verdade, mas…), as estimulações, são mais frequentes no caso da
pintura para eu pintar, do que no caso da literatura para eu
escrever.
E. J. M. – A que atribui a falta de solicitações para a
literatura?
A. L. – Por muitos motivos não decifrados.
Admito perfeitamente que o que se faz não tenha eco sobretudo quando
não é acompanhado de uma carreira, de uma insistência, no sentido
sócio-profissional, como é o meu caso.
Talvez a explicação seja essa que você dava do Kitsch, se
acaso funciona também em relação à minha escrita. É porque é
uma escrita antipática, com termos médios de entendimento nulos, ou
quase nulos. É uma escrita inclassificável: como um borrão, um
disparate, uma enormidade
Diga você a sua opinião visto que está situado para isso…
E. J. M. – Penso que a sua escrita não é especialmente
simpática para os leitores habituados ao consumo de obras
«medianas»…
A. L. – Pensa então que eu não consegui furar todo esse
mundo de apatia porque não fui suficientemente empolgante, nem
suficientemente retórico…
E. J. M. – … o que eu dizia é que há uma categoria de
leitores habituados ao consumo de obras «de efeito». Onde por
exemplo a profundidade aparece como um artifício de retórica…
A. L. – No domínio da pintura também existe esse efeito do
qual eu sou, pela via da autenticidade, o respectivo beneficiário,
pelo reconhecimento e notoriedade como pintor (independentemente de
ser desejável ou não) que corresponderia, pelo menos como suspeita,
à vacuidade, pelo menos como você está a equacionar, de um
fenómeno literário como esse.
Talvez, com esse termo do profundo se possa equacionar o problema do
acaso e da necessidade. Ou seja, profundo é onde o acaso e a
necessidade se não distinguem porque são termos admissíveis só
quando se pode sair da respectiva necessidade que a profundidade
implica; a profundidade tem uma consistência espacial, parece
sugerida. E o caso seria pelo lado da disposição técnica aquilo
que pode deixar aparecer esse excesso de, você dizia, memória,
informação, direcções contraditórias, sofrimentos, que não
deixa fazer de outro modo.
…
Eu duvido do interesse da forma final da entrevista. Pode ser muito
circunstancial. Admito que algumas respostas sejam evasivas, ou de
todo falsas, e que depois o confronto seja desanimador.
E. J. M. – Mas o único valor de uma entrevista é, talvez,
o de circunstância.
A. L. – E quanto mais se procura a resposta final, menos se
encontra.
Álvaro
Lapa, entrevista a Eduardo Jorge Madureira, "Vandoma – cadernos
culturais/1", Braga, 1985.
22/10/2011
07/09/2011
Finalmente
A editora 7 nós prepara-se para lançar entre nós uma tradução portuguesa de Ferdydurke de Witold Gombrowicz.
Aqui uma excelente entrevista do pintor e escritor Álvaro Lapa a Witold Gombrowicz que entre outras muitas pérolas responde à questão da comparação da sua escrita com a de Carlos Emílio Gadda, e deixa a sua opinião acerca do então fenómeno William Burroughs.
Witold Gombrowicz |
Witold e Rita Gombrowicz |
Aqui uma excelente entrevista do pintor e escritor Álvaro Lapa a Witold Gombrowicz que entre outras muitas pérolas responde à questão da comparação da sua escrita com a de Carlos Emílio Gadda, e deixa a sua opinião acerca do então fenómeno William Burroughs.
21/11/2010
De Lapidar...
O meu 1.º amor foi um caramelo
abri-lhe a boca e comi-lhe os dentes
tirei-lhe a pele e chupei-a
dei-lhe palmadinhas
e ele lambeu-me.
Depois amei a caixa de lata
que era azul e vermelha por fora e
dourada por dentro. Via-me nela
como num céu e a luz.
A voz da caixa.
Álvaro Lapa in Balança, Frenesi, 1985.
MÃOS
um mole cedia
macia era aquela pele que agarrava
os pêlos
Madalena no escuro
a melhor
a mais simples
no silêncio na pele agarrava
a minha
a dela
toda
calças
dedos
aplicados
enrolei
a mama toda aberta
os dedos depois
como nuvem
a palma e os dedos
por cima
sem forma
os dedos
um no outro tocando-se
de cima
de mim
redonda
no escuro
na vulva
cedendo
peles escorregando
líquido
largo
sob o dedo encontro
a carne
sentem pelos nós
as unhas
nascentes
minúsculas
chupando o dedo
as nádegas minúsculas
o dedo descaindo
apontado
exterior
Álvaro Lapa in Balança, Frenesi, 1985.
UM DIA
Encimento o tijolo para dentro
ouvindo um pio, no ar cinzento.
Junto ao solo observo ao longe,
o dia em roda.
Álvaro Lapa in Balança, Frenesi, 1985.
BIBLIOGRAFIA INCOMPLETA & sem catálogos:
- Raso Como o Chão, Editorial Estampa, Agosto de 1977.
- Porque Morreu Eanes, Editorial Estampa, Abril de 1978.
- Barulheira, Edições &etc, 1982.
- Balança, Frenesi, Abril de 1985.
- Sequências Narrativas Completas, Assírio & Alvim, Setembro de 1994.
Subscrever:
Mensagens (Atom)