Retrato com compasso - Henri Roorda |
“ Mas em breve a
sociedade cobra de cada um tudo o que lhe deu. Depois de nos ter
posto no espírito imagens exaltantes impede-nos com a sua moral e as
suas leis, a satisfação dos desejos e, muitas vezes das
necessidades imperiosas. Os seus educadores começam por cultivar em
nós o gosto do belo, depois desfiguram a nossa vida
transformando-nos em máquinas.
A sociedade é mais
forte: facilmente se desembaraça dos indivíduos que a incomodam.
Mas, em muitos casos, o indivíduo é que tem razão contra ela: ele
é já o representante de uma sociedade melhor. É revoltando-nos
contra a sociedade que por vezes cumprimos o nosso dever social.”
Henri
Roorda "O Meu
Suicídio" (1925), pág. 54, & etc, 1993. (trad.
Rui Caeiro).