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12/12/2018

Namasté!...


NAMASTÉ

Ia eu escorreitamente e eis que tropeço
estatelando-me na calçada portuguesa.
Vi estrelas e depois passarinhos
que logo se puseram a andar
ao chegar uma gaivota zen budista.
Hi, I’m Jonathan Livingston Seagull, disse-me.
E eu: Malditos turistas vêm para cá e não aprendem
a língua do Ramos Rosa.
Eu sei-a diz-me prontamente
sou o Fernão Capelo Gaivota e tu
agora tens de escolher se ficas aqui a este nível
ou se regressas para continuares a trabalhar com o Bando.
Enxoto-a com um Aqui há gato! E um Something is fishy!
em inglês não vá ela do Rosa só perceber a ponta dos espinhos.
Mas apareceu-me logo em substituição
uma referência Hollywoodesca.
I’m Morpheus and in this hand I have a red pill
that takes you to the Lá-Lá-Land and in the other
a blue one that takes you back to your day-by-day life.
Fodasse esta calçada portuguesa está repleta de turistas!


RAR

19/08/2016

No photoshop...

Cartaz da Livraria Utopia para a Feira do Livro do Porto


As Editoras que podem encontrar no Stand da Livraria Utopia na feira do Livro do Porto. 2016.

24/06/2016

27... A Poem...

Cyprexit
Czexit
Denexit
Estonexit
Bulgexit
Croexit
Belgiexit
Austrexit
Finexit
Francexit
Greecexit
Hungarexit
Italexit
Latvexit
Lithexit
Luxexit
Maltexit
Netherexit
Polexit
Portexit
Romexit
Slove-exit
Slova-exit
Spainexit
Swedexit
Irelexit (again)

Germ-exit

21/03/2016

...


Perguntas do jornalista Sérgio Almeida para um artigo que saiu no Jornal de Notícias de 21-03-2016.


1 As Edições 50 kg são a prova de que não só a edição de poesia continua bem viva como tem sabido de certa forma reinventar-se, não estando tão dependente do papel das grandes editoras?

R: Prova, não o diria, continuo a achar que as Edições 50kg, por si só, não têm uma presença relevante para servir um embandeirar desse arco da sobrevivência editorial da poesia. No entanto penso que já há muito que existe uma pretensão que a poesia se vai renovando nas pequenas editoras. Basta pensar, por exemplo, que antes destes conglomerados editoriais que agora proliferam, uma editora como a Assírio, que não era propriamente pequena, insistia em se denominar como pequena editora para assim reivindicar um certo papel de luta e de resistência. Porém acho, que as “grandes editoras” assumiram sempre, pelo menos em relação à poesia, mas também penso que o fazem em relação a outros géneros literários, o papel de antologiadores – de apresentadores à urbi e à orbi de autores já consagrados, tomando-se por formadores e conservadores de um cânone poético. E isto de certa forma era uma atitude que se podia entender. O problema que se põe agora é que esse papel de certo modo inverteu-se, porque é necessário alimentar um mercado editorial e é aí que estes “conglomerados”, que também já possuem meios de expressão da crítica, que são donos de revistas literárias, começaram a introduzir novos autores, que francamente penso, não passam por um crivo de “qualidade” isento e criticamente eficaz. Não sei onde isto vai parar, mas como dizia o Cesariny: “em algum sítio muito longe”.


2 Falta arrojo às editoras convencionais?

R: Falta pensarem no que é importante e no que fica e não no que vende. Uma biografia do Toni Carreira vende, toda a gente sabe, mas é tão importante como ter um segundo cu!


3 Pela tua experiência enquanto editor, achas que o número de leitores de poesia ao longo da última década tem sofrido alguma alteração significativa?

R: Sim, foi reduzindo em termos de números. São menos os leitores. E a redução das tiragens são o reflexo disso. E não penso que foi a introdução das novas tecnologias, ou sequer a crise a razão principal. Nunca foi tão fácil possuir livros de poesia. No alfarrabismo é possível obter excelentes livros de poesia a preços quase irrisórios. O motivo para tal redução de leitores de poesia, a meu ver, é o facto de não existir deveras uma comunicação geracional. O saber que se acumulou não está a passar. E os órgãos de comunicação social (salvo raras excepções) desistiram desse papel. Por palavras mais situacionistas direi que me parece que o “Espectáculo” é o que vigora.



4 A manutenção ou diminuição desse número significa que as imensas iniciativas sobre poesia que existem pelo país fora têm uma eficácia diminuta?
R: Essas iniciativas sobre a poesia estão na ordem do espectáculo. É por isso que se assiste a espectáculos poéticos, com música, cuspidores de fogo, novos jograis, e strippers… Isso tudo para plena satisfação de um público consumidor de espectáculos… Mas leitores? Ui tá quieto!

RAR

27/02/2016

Pormenores...

Tipos e zincogravura montada para a capa de "Fechado Para Mudança de Ramo"

Pormenor de "RAR" aplicaçäo de um acrílico brilhante

Deitado de 4 páginas "RAR"

Deitado de 4 páginas "Fechado Para Mudança de Ramo"

18/02/2016

Novidades das Edições 50kg...



RAR de Rui Azevedo Ribeiro
Desenho de capa de RAR
Edições 50kg, Porto.
P.V.P: €6,00
150 Exemplares
ISBN: 978-989-97891-8-0

Sinopse: RAR é um refinadíssimo libreto já preparado para ser musicado por uma orquestra de câmara (pode ser municipal). Contém um solo de viola de gamba pontuado por dedilhadas incursões numa tiorba de cordas de tripa já devidamente unguentadas a azeite fino. Deverá ser levado a lume brando, mexendo sempre, até atingir o chamado ponto de caramelo, o que para muitos ainda é um mito, e assim ficará pronto a ser servido. Bueno apetite!

Novidades das Edições 50kg...


 
Fechado para Mudança de Ramo de Rui Azevedo Ribeiro
Desenho de capa de Bruno Fonseca da Silva
Edições 50kg, Porto.
P.V.P: €6,00
150 Exemplares
ISBN: 978-989-97891-7-3

Sinopse: Livrinho religioso, com uma é-pistola, onde dEUs (o senhorio) fala através das suas vogais aos poliprotodontes da tribo “cada-macaco-no-seu-galho” para convencê-los a abandonarem “amigavelmente” a sua edificação vertical com um contrato promessa de alocá-los horizontalmente num rizoma dEUziano.

07/08/2015

«COMO SE FEZ O LUÍS DE CAMÕES»...


COMO SE FEZ O LUÍS DE CAMÕES


Dum velho engaço do meu avô roubei dos dentes
O prego que na terra conquistaria os continentes

E por trás da escola no tempo do recreio grande
Tirei-o das meias onde o levava – tipo sande.

Na parede afiámo-lo para que espetasse fundo
E c’o calcanhar da bota desenhei o mapa-mundo

Do alto da canalhice lembro-me de rimar com cu
A caravana que passava em campanha pela APU

Eu matutava – Moscovo, Jamaica ou Índia?
Tomando cidades por países que confundia

E enquanto me decidia a escolher o meu país
Quem já por ali arava terreno era o grande Luís

Chutava as pedras para limpar o círculo na terra
E as botas ensebadas não chegavam à Primavera

Cuspia na mão porque afinava a pontaria
Cuspia no chão porque a terra também bebia

Estava o Luís a unir os furos do prego cravado de pé
E eu a empurrar dali um puto que pertencia à pré

Quando me voltei acenando com a eureka da América
Vi o Luís agarrado ao olho dizendo que ressaltou numa pedra

Oh grande merda! Chamou-se professora e ambulância
Da coça e castigo ganhei amnésia advento da circunstância

E foi assim que o Luís ficou um Camões tal e qual
Repetente até no país que era sempre Portugal.



No Jogo das Nações, desenhava-se no chão um grande círculo, simbolizando o globo universal. Dividia-se este círculo em nações, tantas quantos os jogadores intervenientes. A ordem para cada jogador jogar, era também a distância a que ficavam da linha traçada no chão. Começava-se sempre no território ao lado, fosse da direita ou da esquerda.
Por cada espetadela, traçava-se uma linha conforme a inclinação do espeto. O anexado escolhia a parte restante e saía do jogo quando no seu território já não lhe cabia um pé. Por sua vez o jogador quando perdia apagava todo o território conquistado, retornando à fase inicial. Ganhava quem conquistava o Mundo todo”

14/04/2015

Página 22...

página 22 de "Quanta Mecânica Quanta"

"Ólha-me para aqueles dois armados em escrita finã!" pág. 22 pormenor.

11/08/2014

SONETO CONTARELO DE COMO SE FAZ UM ROMANCE HISTÓRICO



SONETO CONTARELO DE COMO SE FAZ UM ROMANCE HISTÓRICO


Dois ou três agoiros
Um puxar à lágrima
Uma cena de esgrima
A morte dada aos toiros

O privado duma vida
Caído na via pública
Uma amostra bíblica
Rei suicidado é regicida

Uma querela provinciana
Dá em intriga palaciana
Com Neo-realismo à fratelli de Rocco

Mais pitada de Barroco em rococó
Alguém já traz a Questão Coimbrã
Ui, que me deu uma cãibra.


RAR

14/03/2014

Novidade das Edições 50kg...


SUCK MY DECK de Rui Azevedo Ribeiro
Desenho de capa de Bruno Fonseca da Silva
Edições 50kg
100 Exemplares
P.V.P: € 6
ISBN: 978-989-97891-4-2

SINOPSE:
Este texto é um musical de piratas, penso que é algo inédito se bem que talvez o Lubitsch o tenha já feito – mas não o fez certamente em português. Sai-se do Porto em bode marítimo e a dada altura, olha que ali vai o Herberto Helder a nado. E tenta-se bruni-lo com a quilha deste barco que é para ter a paga das vezes que ele me quilhou bem quilhado. Mas o vento atraiçoa-nos e falha-se o intento, acabando por ir-se passar a ferro um Camões velho perto do Restelo, que vinha ou ia à missinha, não se sabe bem. E é mais ou menos isto. Mais ciganice menos ciganice.

Nota: Só se falou no Herberto Helder no intuito de aumentar as vendas do livrinho. 


Para saber os locais de venda consulte a barra lateral deste blog

07/02/2014

2.ª e última parte da entrevista DaDa ao programa de rádio Badanas e Bananas...

Quarto programa Badanas e Bananas de Jorge Palinhos e Rui Manuel Amaral na Rádio Manobras (91,5 Mhz).  finaliza este quarto programa com a leitura de Atol de Miguel Martins por ele mesmo. 

PARA OUVIR ESTE QUARTO PROGRAMA: http://kiwi6.com/file/zaf2h25fuj


31/01/2014

1ª parte da entrevista DaDa ao programa de rádio Badanas e Bananas...

Terceiro Programa Badanas e Bananas de Jorge Palinhos e Rui Manuel Amaral na Rádio Manobras (91,5 Mhz) falou-se das edições 50kg e de outras coisas. Para a semana vai pró ar a segunda parte (quarto programa) .... A  música que finaliza este terceiro programa é do projecto A Fávola da Medusa que integra o autor da 50kg Miguel Martins. 

PARA OUVIR ESTE TERCEIRO PROGRAMA: http://kiwi6.com/file/qb3gq7tnzv


27/01/2014

Título pró visório


E este solo é grama
E esta só é gramática
E este não limpa os ângulos
E este purga num bacio
E este suja as pegas
E este diz: faz logo ritmos
E esta é uma má ‘triz
E este um leo pardo
E este animal de dó acção
E este vende micro copos
E este esteta copos não tem
E este é um acaba lista
E este cortou os impulsos
E este é um és tá tu to bem
E este é arisco etílico
E este um plano tónico
E esta é fêmea efémera
E este macho machuca
E este ri actual
E este ri corda
E este é, se vero
E este é um rigor morto
E este está na idade da vontade
E este tem vontade de ir da idade
E este amado ali aleija
E este é o Mohamed de Alijó
E este via a via viável
E este nunca se viu com outra
E este esbarra os ares
E este só pára nos bares
E este é o novo que vê o cú da galinha no ovo
E esta dobrou o finado pró morto ficar vincado
E a este a musa pôs-lhe as antenas
E este confia no que vem de Atenas
E este é só
E esta é sã
E esta diz que amou
E este diz que não amuou
E este ignora que é ignorado
E este signore é do signo aquário
E este admite demitir-se
E este de meter-se submete-se
E esta é uma franga
E este um ex-frangalhado
E este diz: subi num pulo
E este diz que é desci pulo
E este queixa-se da lida
E esta de que não é lida
E este professor diz: já avaliou?
E este ex-professor diz: Jávali!
E este lavra
E este, palavra!
E este viu a filha em acção
E este não tem filiação
E este quer vingar-se
E este já não vinga
E este quebra o barulho
E este parte o baralho
E este tem louvores
E este tem dores
E este perdeu-se no deserto
E este perdeu-se na dissertação
E este é do comércio
E esta é de comer no cio
E este mica um livro cómico
E este tem comics em micas
E este abusa das palavras inocentes
E este usa palavras que mataram
E este não cede um milímetro da fórmula – milionário
E este é dos que cede sempre, ó pra ele tão sedentário!
E este que veio à boleia de Wyoming
E este estuda os índios Pottawotomie
E este à noite lê o Ginsberg
E este deita gin na carlsberg
E este que leste?
E esta a Leste!
E este vende galos de Barcelos aos ingleses
The cock, the cock! The portuguese cock!
E este esteriliza sentimentos nos dias cirúrgicos
E este no fundo tem mantimentos pró fim do mundo
E este ouve os livros no ipod
E este ouve gritos mas não acode
E este é de arrebatamento pueril
E este afia a língua no esmeril
E este cobre-se de façanhas
E este quer cozer faianças
E este hesita por um instante
E este foi Aki e traz uma estante
E este coça o cú
E esta faz o Sudoku
E este mole é aqui que verga
E este duro é daqui que parte
E este é mestre em mídias de arte
E este sendo nada não está à parte
E este é do universo universitário
E este parece que saiu de um aviário
E este é o arruma dor que faz rima:
Mais um pópó pró pó!
E este tem encontros do 1º grau na prima
Fica na família não tenhas dó!
E este está preso na rede social
E este tem 60 e um curso profissional
E este só diante de um juiz diz: Juro!
E este vai ao banco renegociar a taxa de juro
E este ao Lobo Antunes rouba as letras de médico
E este desde pequeno que não toma o remédio
E este encenador incinera a cena
E este confunde-me com alguém e acena
E este dos programas da televisão entope
E este faz lembrar os telegramas: STOP!

RAR