Mostrar mensagens com a etiqueta Porto. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Porto. Mostrar todas as mensagens
13/09/2018
04/09/2018
19/05/2018
...
Um debate "Animado" (mas não foi a Porto Lazer), no Palácio da Bolsa em 14_05_2018 que quase não foi noticiado. Numa iniciativa da união de freguesia do centro histórico do Porto. Viu-se a indignação dos cada vez menos moradores 'autóctones' contra os despejos derivados desta especulação imobiliária, ganância, e turistificação selvagem... |
05/04/2018
28/01/2016
"A CIDADE VAI MORRENDO, MAS HÁ FESTA"...
«Não consigo calar o desabafo. Talvez pelo sentimento que perpassa de guerra perdida. Hoje, lá foram mais uma vez, moradores que ainda vão resistindo, cada vez com mais baixas, na denominada zona de(s)marcada da movida, sempre em expansão, com os estabelecimentos de animação nocturna a tomar conta do centro do Porto.
Reclamações
de treze anos sobre o ruído noturno, a limpeza e o estacionamento, que
tornaram a vida destas pessoas num inferno. A Indiferença com que hoje
as suas queixas são ouvidas, quer pelos poderes municipais, quer pelos
poderes mediáticos, mostra bem a escolha que há muito se fez, de
transformar o centro da cidade num enorme bar/discoteca a céu aberto,
aliás um modelo desenvolvimento da cidade assente nisso e na monocultura
do turismo. Os moradores existentes eram por isso um estorvo. No espaço
de uma década deu-se mais uma machadada, talvez derradeira, na
identidade da cidade. Os milhares que aqui viviam foram paulatinamente
desaparecendo no mesmo rácio em que aumentava o número de bares,
discotecas e outros espaços de denominação difícil, que vendem bebidas
para rua.
Os
milhares, entre a desistência e a lei da vida, a morte, foram
transformando-se em centenas, cada vez contando menos, hoje cada vez
menos ainda, entre o nada fazer ou fingir fazer dos poderes públicos.
Este processo de expulsão e não renovação do tecido residente, é de
facto a última das grandes migrações e expulsões das gentes da cidade,
depois das expulsões das gentes da zona ribeirinha para a periferia da
cidade, para bairros sociais e mesmo para fora cidade, nomeadamente para
Gondomar e Gaia.
Com
ela também foi o pequeno comércio tradicional, os artesãos e os
serviços de proximidade de apoio às famílias, com as rendas a
tornarem-se insustentáveis e base residente em erosão e a envelhecer. O
centro da cidade transforma-se num deserto de residentes, numa enorme
Santa Catarina, onde ninguém lá vive, com a diferença que a rua vazia é
transformado em tráfego humano noctívago, muito dele importado.
A
manhã guarda os despojos das noites em ruas desertas de
estabelecimentos abertos, aguardando o entardecer. Este é o
cosmopolitismo pós-moderno, que domina quem governa a cidade, com desdém
pelas gentes e origens da cidade que deram alma ao Porto, invicta.
Pseudo modernidade, serôdia, com q.b. de provincianismo, que faz
desaparecer o Porto que conhecemos, deixando apenas memória e vestígios
arqueológicos, algum património cultural e polvilhos de cultura, a dar
nome aos eventos de encher o olho e h(á) festa. Os holofotes cegam, até a
comunicação social domesticada. Resta a impunidade.
A
cidade como a conhecemos vai morrendo. A dita modernidade faz-se contra
o passado, as suas gentes, a sua identidade, aquilo que a diferencia. O
plástico gourmet toma conta. O Porto morre entre o fantasma de vida.
Mas há festa. Muita festa. E Eles continuam a dançar. Seremos todos
espectadores desta dança? Até quando?»
Pedro Carvalho
Vereador na CMP
23/11/2014
01/08/2012
Meu filho...
“Por vezes, negoceiam
particularmente o bem público; se isto porém é dito publicamente, ofendem-se
porque consideram que se trata de uma ingerência na sua vida particular. Todo o
filho-de-deus é altamente cioso do prestígio da sua vida particular, porque a
vida particular (ou de família) dos filhos-de-deus é quase sempre, de uma ou
outra maneira, pública. Trata-se de uma clarificação importante. Todo o
filho-de-deus tem sempre um motivo público para os seus actos familiares e um
motivo familiar para os seus actos públicos. Todo o filho-de-deus tem vocação
pública, dado que se ocupa e preocupa tanto com os outros; no entanto, o grande
estilo dele, do filho-de-deus, consiste num modo familiar de ser público, um
modo quase sempre tão familiar que é frequente não se saber onde termina o
filho-de-deus público e começa o familiar, o outro limiar, como é óbvio.
Por isso sempre
que o filho-de-deus especializado em fazer faz um
acordo público, é difícil saber se é um acordo público que traz préstimos
particulares ou se é um acordo particular feito de prestações públicas, e o
mesmo acontece sempre que ele, o filho-de-deus, faz todas as outras coisas que
o filho-de-deus faz, as obras públicas feitas por motivos particulares, os
programas de ensino público decretados com intenções particulares, as guerras
públicas movidas para obter vantagens particulares, os jornais públicos cujo
préstimo é relatar sobretudo os prestígios e desprestígios particulares, os
estabelecimentos públicos para ocupações particulares, a assistência pública para
lucros particulares, em suma, os negócios públicos feitos para fins
particulares (ou de família) e os negócios particulares (ou de família) feitos
com meios públicos, e basta.”
Alberto Pimenta in ‘Discursos Sobre o
Filho-de-Deus’, 1ªed, Edições Mortas, Porto, 1995
02/03/2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)