“Uma
das características, senão a principal, da produção literária do
moralista está na sua incapacidade de arquitectar um sistema ou
desenvolver uma tese. Procede pelo exclusivo exame dos detalhes e
desentranha-se em sentenças. Daí vem o desarranjo, o desconcerto
das suas obras, onde são frequentes as contradições.
Moralistas
de jornais: a simples reportagem, por mais hábil e perspicaz que
seja o seu autor, embora filosófica, moralista, pitoresca e faceta,
não dá mais do que o superficial aspecto dos acontecimentos. Para
penetrar à intimidade, ao sentido profundo dos factos, exige-se
aturada experiência do país onde se produzem, perfeito conhecimento
da sociedade que os pratica.”
M.
Teixeira-Gomes,
“2.ª Parte de Miscelânea – Carnaval Literário”, pág. 45,
Livraria Bertrand, 3.ª ed., 1993.
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