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“Bissau,
11 de Junho de 1967. Mandaram-me defender a lama ou morrer.
Enganei-me. Enganaram-me. É tudo uma extensão para recobrir
problemas de herança. E ela lá está, por entre os ramos, a viúva.
Com dentes muito brancos, sob o luar tropical. Para apregoar a
vitória de Jeová. Estou bêbedo, vou morrer e bato com as mãos na
testa…
Como
é que eu não tinha percebido a engrenagem?… Eu, que aprendi a ler
no almanaque a data dos eclipses, que aprendi outras coisas da
ciência, que me apercebo deste imenso bando de esqueletos sem
violino, tuberculosos… como é que não percebi logo que os textos
sagrados me preparavam a morte? Que todo o cadáver retalhado me
incitava ao heroísmo? Que toda a clausura me avisava da espera
resignada? que toda a doença me aclimatava para o dever?
E
ela ri, no seio de Jeová. É o nosso último encontro. Tenho de
escolher: a loucura ou o fuzilamento.
Enlouqueço.”
José
Martins Garcia, “Alecrim, Alecrim aos Molhos...”, pág. 128,
Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite, Lisboa, 1974. Capa:
Henrique Manuel.
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