18/03/2013

Astro físico...


HOMENAGEM A EDDINGTON

                A juventude dizia: Eu quero viver. A velhice dizia-o também. A juventude dizia: Vamos matar a velhice. A velhice dizia: A juventude mata-me. Mas, no fundo, era a velhice que matava a juventude com a astúcia lenta dos chineses.

                
O presente mantinha-se de pé, chamavam-lhe futuro e passado, ontem e amanhã. Sacrificavam-lhe homens e actos. E ele digeria tudo com o seu ventre repleto de astros mortos.

               
  O homem dizia: Estou preso entre quatro muros. E o tempo e o espaço diziam: Está livre, meu amigo, está livre. Não vê? Não vê que falta o quarto muro?

Jean Cocteau, “Tanta Coisa Para Dizer”, p.16, Língua Morta, 2012.

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