07/12/2012

"MEMÓRIA DE LUÍS ABEL FERREIRA"...

António Barahona



MEMÓRIA DE LUÍS ABEL FERREIRA

Vejo-te, nessa noite, à beira do telhado
da clínica, tão perto das nuvens mais altas;
oiço o teu coração, o deslizar de lágrimas
                no silêncio suado.

Leio o teu pensamento…, último calafrio:
o murmúrio, de quem depressa se despede,
reflecte a luz frontal da morte que já mede
                o salto no vazio.

Morreste só d’amor, surpreso e imaturo,
menino apaixonado, ansioso, inocente
(sem norte o coração, talvez quase demente)
                tão grave, bom e puro.

Ao que morre d’amor, o Deus perdoa tudo.

20.VI.012

António Barahona,  in Telhados de Vidro nº.17, Novembro de 2012. 

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