António Barahona |
MEMÓRIA DE LUÍS ABEL FERREIRA
Vejo-te, nessa noite, à beira do telhado
da clínica, tão perto das nuvens mais altas;
oiço o teu coração, o deslizar de lágrimas
no silêncio
suado.
Leio o teu pensamento…, último calafrio:
o murmúrio, de quem depressa se despede,
reflecte a luz frontal da morte que já mede
o salto
no vazio.
Morreste só d’amor, surpreso e imaturo,
menino apaixonado, ansioso, inocente
(sem norte o coração, talvez quase demente)
tão
grave, bom e puro.
Ao que morre d’amor, o Deus perdoa tudo.
20.VI.012
António Barahona, in Telhados
de Vidro nº.17, Novembro de 2012.
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