(1918-2012)
IMPROVISO NA MORTE DO SEMEADOR
Carregavas em teus ombros um navio
de relâmpagos, em teu coração a pedra
e a voz das cidades insubmissas.
Levavas em teu rastro uma aurora
de espigas, em teus lábios as palavras
que não temem fogo, frio ou morte.
Submerso no ódio e no terror, chegavas
em cada noite e, feroz, reconstruías
uma vez mais a esperança.
A terra semeavas e, por amá-la tanto,
(transforma-se o amador na coisa amada)
és agora, ó semeador, a própria semente
oculta e violenta.
Papiniano Carlos in "Sonhar a Terra Livre e Insubmissa...", pp.68-69, 1973.
IMPROVISO NA MORTE DO SEMEADOR
Carregavas em teus ombros um navio
de relâmpagos, em teu coração a pedra
e a voz das cidades insubmissas.
Levavas em teu rastro uma aurora
de espigas, em teus lábios as palavras
que não temem fogo, frio ou morte.
Submerso no ódio e no terror, chegavas
em cada noite e, feroz, reconstruías
uma vez mais a esperança.
A terra semeavas e, por amá-la tanto,
(transforma-se o amador na coisa amada)
és agora, ó semeador, a própria semente
oculta e violenta.
Papiniano Carlos in "Sonhar a Terra Livre e Insubmissa...", pp.68-69, 1973.
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