15/11/2011

A rusch moment...






ketchup & egg yolk on canvas
20 H x 24 W (inches)



Pastel on Paper
578 x 730 mm 



Pastel on Paper
574 x 721 mm



Pastel on Paper
587 x 740 mm



oil on linen
20 H x 24 W (inches)




acrylic & varnish on canvas
60 H x 84 W (inches)

Pastel on Paper
578 x 726 mm 



Pastel on Paper
578 x 730 mm 



Trabalhos de Edward Ruscha, n. 1937, Nebraska

14/11/2011

Gombrowicz e a Neotenia (conservação de caracteres imaturos na maturidade)




“Ah! Bem-aventurados os poetas que, contentando-se com palavrear a respeito da Arte, empregam o estilo sublime dum Paul Valéry e nunca se abaixam a tais confrontações. Por que aquele que deste jeito abordar a nossa sublime missa de estetas há-de sem custo descobrir que este Reino da aparente maturidade se revela mais precisamente o mais ácido e o mais desolado galinheiro que a humanidade tem, onde unicamente reinam truques, embustes, snobismo, parvoíce e mistificação. E, é claro, há-de ser coisa salutar para a nossa lógica um tanto rígida demais imaginar de vez em quando o próprio Paul Valéry com o rosto dum arcipreste da Imaturidade, abade hilariante vagueando por aí, de pés descalços e em calções.”

Witold Gombrowicz in “Contra os Poetas, p. 84, trad. Júlio Henriques, Edições Antígona, Lx, 1989.


Por que razão não gosto eu da Poesia Pura? Isso mesmo, porquê? Mas pela simples e mesmíssima razão por que detesto o açúcar em estado puro! Para que nos serve o açúcar, senão para adoçar o café? Não poderíamos com certeza comê-lo à colherada como uma sêmola qualquer… O que enfada e cansa na Poesia Pura é o excesso de poesia, é isso mesmo, a superabundância de palavras poéticas, de metáforas, de sublimação – numa palavra, o excesso de condensação –, excessos esses que depuram estes textos de todo e qualquer elemento antipoético e cuja acumulação acaba por assemelhar o poema a um produto químico.”

Witold Gombrowicz in “Contra os Poetas, p. 85-86, trad. Júlio Henriques, Edições Antígona, Lx, 1989.


“Ataco a poesia, tal como ataco a Nação, tal como Ferdydurke atacava a ficção da Maturidade – sempre em nome da percepção espontânea das coisas pelo homem, em nome da humanidade nua. Ataco toda e qualquer Forma que deixe de ser o vestuário confortável do homem, transformando-se numa carapaça pesada e rígida. Ataco tudo o que cresce por si mesmo, contra nós, para nos ultrapassar. Como pode pois uma afirmação a tal ponto resultante de mim mesmo, parecer-vos de tal modo inesperada que agarram a cabeça com as mãos e se põem a gritar: ele está doido! Se tivessem querido abordar seriamente o meu artigo, teria sido necessário determinar, antes de mais, objectiva e positivamente, em que medida a minha afirmação, segundo a qual «ninguém, ou quase ninguém, gosta de poemas», é verdadeira. E aconselhava-vos eu que com esse fim se dirigissem às secções filosóficas e estéticas das universidades, convidando-as – em vez de se entregarem à produção de aborrecidas monografias e a uma repetição igualmente fastidiosa e vã – a nomearem comissões que fizessem experiências com as pessoas, a fim de determinarem as verdadeiras reacções perante os poemas, no sentido psicológico, e o seu grau de assimilação. Dever-se-ia verificar depois se aquilo que avanço é verdade, a saber: se as pessoas se comportam «como se os poemas as entusiasmassem», é porque uma pressão colectiva se constitui entre os homens, pressão essa que obriga o ser humano a entusiasmar-se. Conviria igualmente verificar em que medida esse constrangimento e essa violência que a colectividade exerce sobre o indivíduo, o Inter-Humano sobre o Humano, são justificados; até onde podemos nós, os seres humanos, aceitá-los.”

Witold Gombrowicz in “Contra os Poetas, pp. 112-113, trad. Júlio Henriques, Edições Antígona, Lx, 1989.

Catálogo de letras

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Coisas antigas e nem por isso...





Les Jeux d'Enfants (1560) de Pieter Brueghel
Pormenor (ou um possível cartaz de alerta ao que agora se chama bullying) 


E que me fez lembrar o Wooly Bully...

Há uma árvore e uma flor em Ramos Rosa...

António Ramos Rosa, "O Livro da Ignorância"
 col..«Pequenos Continentes», Editora Signo
Ponta Delgada, Setembro de 1988
capa: José Teófilo Duarte



"Em ti encontro nos reunidos ramos
a flor que se estende em onda sobre os ombros
O teu rosto abriu-se e a secreta sombra
azulou-se em imagem luminosa
Amo-te nascendo virada para o teu lume
A tua ignorância é música das nascentes
e na tua cabeça há nervos de água
e no teu rosto um timbre de mercúrio
E quanto em ti é sombra
como se reúne pressentindo a árvore
que não deslumbra mas é doçura e morte
mais una em seu outono do que a luz sem sombra"

António Ramos Rosa in «O Livro da Ignorância», p. 12, ed. Signo, Ponta Delgada, 1988.



"Estar amplo é levedar leveza
em  consonância com as minúcias animais
que até nas paredes se movem ágeis
cheias do sentido de não o terem mais
E assim toda a vista é o equilíbrio
de um voo inesperado ou de um trânsito que doura
a verdura vegetal Tudo em torno é delicadeza
de um limbo e o sopro da amplitude
O mundo é assim mesmo máquina ligeiríssima
de horas transparentes e de espaços fluviais
Cada minuto verde tem a sua auréola
e a visão é tranquila de uma janela clara
Alguém poderia sonhar a maravilha do ar?
Todo o rumor é frágil diáfano deslumbrante
Tudo permanece intacto e coberto de orvalho"

António Ramos Rosa in «O Livro da Ignorância», p. 63, ed. Signo, Ponta Delgada, 1988.

07/11/2011

São três, as mouras...

Prelos de Provas



Tres morillas 

 
   "Tres morillas me enamoran
en Jaén,
Axa y Fátima y Marién.

   Tres morillas tan garridas
iban a coger olivas,
y hallábanlas cogidas
en Jaén,
Axa y Fátima y Marién.

   Y hallábanlas cogidas,
y tornaban desmaídas
y las colores perdidas
en Jaén,
Axa y Fátima y Marién.

   Tres moricas tan lozanas,
tres moricas tan lozanas,
iban a coger manzanas
a Jaén,
Axa y Fátima y Marién."

Villancico Anónimo


06/11/2011

Não, não é «Manga Anime» é o século XII...

A caça
O tocador de rebeca

A exibicionista (sheela  na gig)
O carneiro
O diabo


O gato

O golfinho


O porco



O veado

O contorcionista

O rei

Os lutadores

Amanha do peixe

O urso amestrado 
O urso

A ave devoradora de homens


A inocência

A máscara

A roseta

Cavalo com freio 

O homem redimido 
Igreja Kilpeck, aproximadamente ano 1140
E muito mais aqui