“… Às vezes ALGUÉM, estranho de
todo ao corpo e à sensibilidade, aos interesses de SI, é que toma a palavra.
Vê e
qualifica com frieza a vida, a morte, o perigo, a paixão, todo o humano do ser –
como um outro, uma testemunha toda inteligência…
Será a
alma?
Claro
que não. Pois está como que além de toda a «afectividade». É o conhecimento
puro com uma espécie de singular desprezo e alheamento do resto – como um olho
a ver o que vê, sem lhe atribuir nenhum valor não cromático… Capaz de contar os
botões ao fato do carrasco…”
Paul Valéry in ‘Senhor
Teste’