24/08/2019

MAIS PORTO PONTO



Quase no mesmo momento em que a câmara municipal do Porto substitui o seu parque automóvel para o ecléctico eléctrico-ecológico, numa lavagem também ecológica e necessária aos tustos de um erário público, que cada vez mais se vê obrigado a entregar o dinheirinho empestado e empastado (e quando não emprestado) com o suor dos seus rostos e, sem que se dê o devido tempo para que esse suor se entranhe no níquel e crie a tão desejada patine; aproveita a câmara o lanço e também substitui as vassouras – tão ecológicas! – por sopradores a diesel triplamente poluentes: fazem um chinfrim danado, ficando os ouvidos a tinir; levantam uma poeira desgraçada, que logo repousa quando o zéfiro a diesel se pisga, deixando tudo praticamente na mesma para não dizer pior; a terceira já disse: são nutridos a gasóleo verde e aromático… Mas as hipóteses da minha tese são as seguintes: compraram-se sopradores barulhentos para todos ouvirem bem que os limpadores camarários ou subcontratados estão efectivamente a trabalhar; e compraram-se carros silenciosos para os engenheiros e maiorais de hierarquia, dessa instância pública, para que não os ouçam a não fazerem nenhum.
RAR

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