Quase no mesmo momento em que a câmara municipal do Porto substitui
o seu parque automóvel para o ecléctico eléctrico-ecológico, numa
lavagem também ecológica e necessária aos tustos de um erário
público, que cada vez mais se vê obrigado a entregar o dinheirinho
empestado e empastado (e quando não emprestado) com o suor dos seus
rostos e, sem que se dê o devido tempo para que esse suor se
entranhe no níquel e crie a tão desejada patine; aproveita a câmara
o lanço e também substitui as vassouras – tão ecológicas! –
por sopradores a diesel triplamente poluentes: fazem um chinfrim
danado, ficando os ouvidos a tinir; levantam uma poeira desgraçada,
que logo repousa quando o zéfiro a diesel se pisga, deixando tudo
praticamente na mesma para não dizer pior; a terceira já disse: são
nutridos a gasóleo verde e aromático… Mas as hipóteses da minha
tese são as seguintes: compraram-se sopradores barulhentos para
todos ouvirem bem que os limpadores camarários ou subcontratados
estão efectivamente a trabalhar; e compraram-se carros silenciosos
para os engenheiros e maiorais de hierarquia, dessa instância
pública, para que não os ouçam a não fazerem nenhum.
RAR
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