Coimbra,
16 de Junho de 1938 –
De quantos ofícios há no
mundo, o mais belo e o mais trágico é o de criar arte. É ele
o único onde um dia não pode ser igual ao que passou. O artista tem
a condenação e o dom de nunca poder automatizar a mão, o gosto, os
olhos, a enxada. Quando deixa de descobrir, de sofrer a dúvida, de
caminhar na incerteza e no desespero – está perdido.
Miguel
Torga, “Diário I”, pág. 69, 1941, Coimbra.
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