“Entre 1904 e 1914, entre os seus vinte e trinta anos, viajara nas férias universitárias por toda a Europa a fim de rematar a educação, segundo o desejo do pai. Voltando certo Verão de Londres para em Valência embarcar rumo a Nápoles, demorou-se alguns dias em Portugal. Fizera a si mesmo mil perguntas sobre o declínio desta nação cujo Império se alargara a todo o globo. Conheceu escritores que não escreviam para ninguém; homens políticos que governavam para os ingleses; homens de negócios que liquidavam as feitorias do Brasil e viviam de rendas exíguas nas cidades da província, sem qualquer objectivo. Concluiu que a pior das desgraças era nascer português. Em Lisboa e pela primeira vez na vida travara encontro com um povo que se tinha desinteressado.”
Roger Vailland, "A Lei", 1.ª ed., 1957.
Roger Vailland, "A Lei", 1.ª ed., 1957.
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