22/04/2014

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“Conhecemos a temporalidade sequencial, o tempo ordenado em extensão e duração, anterior às tele-imagens, à teletecnologia e à temporalidade virtual, que indetermina a verdade, a representação e a realidade das imagens. Contando pois com essa possibilidade e experiência da sequencialização, Barthes pôde escrever em La Chambre Claire. «Diz-se muitas vezes  que foram os pintores que inventaram a Fotografia (…). E eu digo: não, foram os químicos. Porque o noema “Isto foi”  só foi possível a partir do dia em que uma circunstância científica (a descoberta da sensibilidade à luz dos sais de prata) permitiu captar e imprimir directamente os raios luminosos emitidos por um objecto diferentemente iluminado. A foto é literalmente uma emanação do referente». O excerto informa-nos que a fotografia não escapa nunca à circunstância da prova, porque não só representa a realidade, como em suas visualizações transporta uma sua parcela. De onde a fotografias, diz ainda Barthes, não é nem arte nem comunicação – ela é referência, índice.”

Carlos Vidal, “Imagens Sem Disciplina”, pág.133, Vendaval, Lx, 2002.

Se o poema
analisasse
a própria oscilação
interior,
cristalizasse
um outro movimento
mais subtil,
o da estrutura
em que se geram
milénios depois
estas imaginárias
flores calcárias,
acharia
o seu micro-rigor.


Carlos de Oliveira in Micropaisagem.

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