MANUELA
Quando ela passa
Na rua da Graça,
Com o cãozinho pela
trela,
Eu gosto de ver
Tudo a dizer
É Manuela, é
Manuela, é Manuela.
Tão bela e tão
airosa,
Parece uma rosa
De cor amarela.
Ao vê-la passar
Fico a pensar
É Manuela, é
Manuela, é Manuela.
Vi-a um dia
Na mercearia.
Estava tão singela!
Ao ver tanta beleza,
Tive a certeza
É Manuela, é
Manuela, é Manuela.
Júlio Martins,
“Nostalgia Poética”, pág. 2, ed. Autor, Tipografia Amílcar de
Matos Marques, Lisboa, s/d.
PENEIRAS
Peneiras, peneiras,
Quem as não tem,
Às vezes as
peneiras
Até ficam bem.
Olha as peneiras
Que vão a passar
Na rua aos saltos
Na rua a saltar.
Pois as peneiras
Só vão a sorrir,
Só vejo peneiras
No teu vestir.
No teu vestir
E no teu calçar,
Só vejo peneiras
No teu olhar.
Peneira, peneira,
Peneira ciranda,
Peneira, peneira
O centeio em
Miranda.
Júlio Martins,
“Nostalgia Poética”, pág. 18, ed. Autor, Tipografia Amílcar de
Matos Marques, Lisboa, s/d.