Coimbra,
10 de Maio de 1939 –
Não,
não trouxe da aldeia a paz do arado que trazem todos. Conheço
alguns que investigam, medicam, litigam, professam, com a serenidade
e a paz com que os pais abrem regos de batata na terra. Eu não. Eu
trouxe de lá a angústia, tortura, crítica negativa a tudo. A razão
não a sei. Talvez sina, talvez desilusão crónica que se me colou à
pele ao nascer...
Miguel
Torga, “Diário I”, pág. 96 , 1941, Coimbra.
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