10/05/2018

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Coimbra, 10 de Maio de 1939 Não, não trouxe da aldeia a paz do arado que trazem todos. Conheço alguns que investigam, medicam, litigam, professam, com a serenidade e a paz com que os pais abrem regos de batata na terra. Eu não. Eu trouxe de lá a angústia, tortura, crítica negativa a tudo. A razão não a sei. Talvez sina, talvez desilusão crónica que se me colou à pele ao nascer...

Miguel Torga, “Diário I”, pág. 96 , 1941, Coimbra.

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