Coimbra, 12 de Abril de 1939 – Riam-se lá, se quiserem, mas hoje, depois de reler Huxley, conclui que um dos maiores escritores que tenho lido é… o Júlio Dinis. Pondo de parte aquela santa Selma Lagerlöf, que até parece mentira, poucos como ele souberam até hoje encher a minha alma de paz e de ternura. Bem sei que ser escritor não é fazer a entronização do Sagrado Coração de Jesus pela província. Mas também não é fazer morrer desvairados à sombra dum quarteto de Beethoven.
Miguel
Torga, “Diário I”, pág. 94, 1941, Coimbra.
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