“...fizeram sobre
mim um caminho...
...era-lhes tão
fácil maltratarem-me que nem precisavam de ajuda.
...mas agora a
minha alma derrama-se sobre mim, e o tempo mísero apossou-se de mim.
Os meus ossos são
verrumados à noite; e os que me perseguem não se vão deitar.
Pelo tamanho da
força sou eu vestido sempre de novo; e cingem-me com ela como com a
abertura do meu vestido.
As minhas entranhas
fervem sem cessar, atacou-me o tempo mísero...
A minha harpa
fez-se queixume, e a minha flauta pranto.”
Rainer
Maria Rilke, “Os
Cadernos de Malte Laurids Brigge”, pág.
54, Ed. Instituto Alemão
da Universidade de Coimbra, 1954. Trad. Paulo Quintela.
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