Olha Jorge quando vier a morte
E virá cedo
«Não deixes fechar-me os olhos»
Eflorescências salitrosas me rebentarão das órbitas
Para queimar as mãos que fechar-mos queiram
- Não pode a luz negar-se a quem bêbado dela
Inventou em cada dia uma madrugada
E eis tudo quanto deixo a quem me herde
Não Jorge não deixes fechar-me a luz que em vida
Neles sempre tive
Estendido no caixão sereno e impoluto
Irei de olhos abertos
Porque eu quero e sei que hei-de morrer
Como quem vive.
1 comentário:
O Jorge é Jorge de Sena.
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