Entre o chio e a queda do pano, o sobressalto,
a antiquíssima verruga dita umbigo,
atávico regresso ao menos que um,
ao estrondo desmemoriado do silêncio.
Eram a sanguessuga e a toalha de rosto,
mas o poeta creu-as a gestação e o big-bang,
teve medo, tem sempre, e carcomiu-se
rente à folha A4, sua covardia.
O poeta é um feto assustado, um logro
rasteirando a sua espécie,
espécie de coisa, mais confusa que as reses,
e os ruídos são o seu Demónio.
Anseia, nostálgico, pelo silêncio que não lembra,
sossobra, passo a passo, a tudo o mais,
escrevinha, pouco lúcido, a derrota,
tosquia-se e morre com palavras nas mãos.
Miguel Martins
Auguste Roquemont
Há 9 horas
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