FAZ-ME FRIO ESTE OUTONO
Faz-me frio este Outono
a boiar sobre o corpo,
a poesia sem ancas,
a música passada
por ovo e pão ralado,
faz-me frio este fender castanho
este horizonte ao espelho,
faz-me frio o esmalte descascado
a tapar
o interior
revelho.
Inês Lourenço, “Cicatriz 100%”, p.46, Cooperativa Editorial
das Mulheres, Lisboa, 1980.
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