Luís de Sousa Costa (1932-1986) no filme Veredas de João César Monteiro |
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Pôs a fatia de pão no café. Retirou-a amolecida. Tinha manteiga. O café engordurara. Mastigou devagar. Disse: «Não almoço». A sogra pensou: «Tem caso». A mulher confirmava: «Espécie». Ele acrescentou: «Não janto». Arrancara o dia do calendário. Saiu.”
Luís de Sousa Costa in «Cancioneiro policial da menina Alzira, p.26, 2ªed., Fenda, 1999, Lx.
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Na cabina chamou a Central. Pedia o carro. Entrou no café. Sorria. Na mesa ao lado o bêbado desdenhou. O dono viu pelo espelho. Trouxe o café. O carro chegou depois. Foi lá dentro. Pôs os óculos de praia. Bigode não tinha por enquanto. O bêbado desdenhava ainda.”
Luís de Sousa Costa in «Cancioneiro policial da menina Alzira, p.27, 2ªed., Fenda, 1999, Lx.
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Chegando ao prédio destinado, disse ao porteiro: «Quem é a Menina Alzira?» O porteiro recusou. Passou-lhe uma nota para as mãos. O porteiro alçou o ombro. O inspector apostou em duas notas entregues. O porteiro não encarava. Cinco, arredondou o polícia. O porteiro resguardava. Disse: «Não sei quem é a Menina Alzira».”
Luís de Sousa Costa in «Cancioneiro policial da menina Alzira, p.28, 2ªed., Fenda, 1999, Lx.
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