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O que Akhbar disse a Naiq Gopaul
1
Os navios conspurcam a cidade, canta
no meu rio, parede alta
será teu o braço a virilha do
tirano, a duração das cheias
no colete azul das raparigas.
2
A córnea oscila nesta água de mentiras
move, na pupila do senhor, línguas de fogo
Contrai-se o alçapão, salta
no âmago das velas o grão do amor
deflagra
o céu, aberto à punção do voo.
3
O mastro destrói a viagem,
antiga elipse, a carne, única
ilusão que persistia indica
uma rota às profecias.
4
Para te erguer noutro destino,
tijolo de cinza, próximo das
águas apagadas, nenhuma canção
resta, nas muralhas só o vento.
Gil Nozes de Carvalho, “Alba”, INCM – Gota de Água, pp.9-12, col. «Plural», Lx, 1982.
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