16/07/2019

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Uma das características, senão a principal, da produção literária do moralista está na sua incapacidade de arquitectar um sistema ou desenvolver uma tese. Procede pelo exclusivo exame dos detalhes e desentranha-se em sentenças. Daí vem o desarranjo, o desconcerto das suas obras, onde são frequentes as contradições.
Moralistas de jornais: a simples reportagem, por mais hábil e perspicaz que seja o seu autor, embora filosófica, moralista, pitoresca e faceta, não dá mais do que o superficial aspecto dos acontecimentos. Para penetrar à intimidade, ao sentido profundo dos factos, exige-se aturada experiência do país onde se produzem, perfeito conhecimento da sociedade que os pratica.”
M. Teixeira-Gomes, “2.ª Parte de Miscelânea – Carnaval Literário”, pág. 45, Livraria Bertrand, 3.ª ed., 1993.

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