20/05/2015

Boa parte...




Com a chegada do retrato de Maria-Luíza, em que êle vê «a expressão de uma bela alma», Napoleão fica cada vez mais inflamado. Ao general feliz, a filha dos Césares traz a frescura da sua mocidade.
Os maiores mestres de Viena trabalharam no retrato da princesa. O célebre Lampi, que nenhum artista moderno iguala na perfeição do colorido, empregou todo o seu talento para lhe fixar os traços num quadro a óleo. E um miniaturista reputado, Gérard, teve-a igualmente como modelo.

Senhora,

Recebi o vosso retrato. A imperatriz da Áustria teve a gentileza de mo enviar. Parece-me ver nêle a expressão dessa bela alma que vos torna tam querida de todos aqueles que vos conhecem e justifica tôdas as esperanças que eu pus em Vossa Magestade. Amareis, Senhora, um espôso que acima de tudo quere a vossa felicidade e cujos direitos serão fundados sôbre a vossa confiança e sôbre os sentimentos do vosso coração. Penso que estareis já muito perto da França e espero-vos com impaciência.

NAPOLEÃO.

Paris, 20 de Março. [1810]


Carlos de la Roncière, “Cartas de Napoleão a Maria-Luíza”, p.18, Livraria Lello, Porto, Trad. Ramiro Mourão, 1935.



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